quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os Piratas do Rock (The Boat that Rocked), de Richard Curtis (Reino Unido/Alemanha/EUA/França, 2009)


Longa vida ao Rock

O veterano roteirista neozelandês radicado na Inglaterra Richard Curtis havia dirigido apenas um longa, a comédia romântica Simplesmente Amor (2003), repleta de bons atores (Rodrigo Santoro não se inclui nessa categoria), mas, numa avaliação geral, bastante comum e mediana. No entanto, Os Piratas do Rock representa algo além de uma simples comédia piegas para pescar público. Curtis constrói, acima de tudo, uma homenagem à música popular britânica, mais especificamente, ao Rock. O cenário é catastrófico para os (muitos) fãs do gênero musical: década de 1960, a BBC detinha o monopólio da radiodifusão no Reino Unido, ou seja, apenas as emissoras públicas podiam funcionar legalmente. E essas emissoras tocavam apenas 45 minutos de música popular por dia. A solução encontrada eram as rádios piratas, ouvidas por cerca de metade da população britânica. O filme retrata justamente o dia-a-dia de uma rádio pirata (fictícia) transmitida de um barco no Mar do Norte, a Rádio Rock, e a tentativa de um alto e retrógrado funcionário do ministério britânico (um Kenneth Branagh especialmente inspirado) para fechá-la. O comportamento libertino dos DJs da rádio proporciona situações cômicas, rendendo boas risadas. Tudo isso facilitado por um elenco afiado e extremamente eficiente. Mas o que realmente dá o tom diferenciado ao filme é a trilha sonora excelente, recheada de hits do período e de outras faixas menos conhecidas. Curtis consegue compor muito bem a situação e o ambiente através das músicas, realizando um filme ao mesmo tempo engraçado e belo. É verdade que o final pode ser considerado clichê, mas ainda assim agrada pela mensagem a favor da música popular, do rock e de seu poder diante de qualquer adversidade.

Cotação: **** (4/5)


Zé.

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