quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

À Moda da Casa (Fuera de Carta), de Nacho G. Velilla (Espanha, 2008)


Receita pronta

Um chefe de cozinha obcecado por uma avaliação positiva de seu restaurante. Uma mâitre frustrada com os homens. O chefe e a mâitre se apaixonam pelo mesmo homem, um ex-jogador de futebol. Ou seja, um enredo típico de um filme espanhol. Cores fortes, ambientes descontraídos e humor sexual. Nisso, não se inova em absolutamente nada – aliás, poderia ser perfeitamente creditado a Pedro Almodóvar. Como comédia, a diversão depende inteiramente do estado de espírito do espectador – alguns dirão que qualquer comédia é assim, do que eu discordo. Reconheço que, embora não tenha rido como a mulher que sentou à minha frente durante a sessão, as jogadas humorísticas eram boas, embora previsíveis, em alguns casos. O protagonista Maxi (Javier Cámara) tem uma atuação excelente, indo dos risos as lágrimas de uma forma impressionante. De resto, menciona-se a eficiente Lola Dueñas, como sua fiel escudeira. O restante do elenco tem participação fosca, borrada – com destaque para o esquisito Ramiro (Fernando Tejero). Um ponto que não se pode deixar de mencionar é a questão do relacionamento homossexual, que no filme tem papel fulcral. Essa questão aparece como uma não aceitação de diversos segmentos sociais, desde a família do protagonista até o âmbito do futebol. A saída proposta é a mais otimista possível. À Moda da Casa, no geral, é elegante (algo raro para uma comédia). Assim, pode ser visto como um bom filme, que trata de questões sérias para a sociedade atualmente, mas que não serve de base para uma reflexão mais aprofundada. No entanto, uma falha é a falta de caminhos que o filme apresenta. O único personagem que apresenta essa possível dúvida é o jogador de futebol aposentado, namorado de Maxi. Porém, a atuação fraca do ator não deixou que essa dúvida fosse impressa realmente no personagem.

Cotação: *** (3/5)


Léo.

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