quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lula – O Filho do Brasil (idem), de Fábio Barreto (Brasil, 2009)


Um exemplo clássico de cinebiografia

Tive a oportunidade de comentar sobre a nova perspectiva que Coco Antes de Chanel (2009) deu ao gênero cinebiografia. E agora tenho a oportunidade de comentar um exemplo tradicional. Logicamente, seria esperar muito que Lula – O Filho do Brasil fosse marcado por experiências cinematográficas, já que os irmãos Barreto e a Globo Filmes são absolutamente conservadores no que se refere à estética de seus filmes, que, muitas vezes, parecem capítulos longos de uma minissérie qualquer. Quem for ver filme, não irá pela estética, mas pelo “conteúdo” (embora, na minha visão, não haja separação). E o filme nos mostra, antes de mais nada, uma ficção, uma versão. O Lula do filme é quase neocorporativo no que se refere aos sindicatos (chegou a ser estranho o número de vezes que Rui Ricardo Diaz afirmou que não era comunista). Mostrou também um Lula galante e bem-educado, quase apolítico. A política teria entrado em sua vida quase que como por acaso. Além disso, o filme pula inacreditavelmente o episódio da fundação do PT. Com uma montagem clássica de cinebiografia, possui um personagem carismático, perseverante, direcionado e sábio. Não duvidamos que Lula o seja, mas é muito possível que não seja assim completamente. O ponto altamente positivo do filme foi o não uso da Lei Rouanet. E o temor dos oposicionistas, que veriam o filme como uma possível campanha velada pra Dilma Rousseff, pode ser diminuído, já que não houve abordagem da carreira política de Lula. Finalmente, é um filme que não desacredita nem acrescenta nade de novo ao cinema nacional, só ao caixa dos produtores.

Cotação: **½ (2,5/5)


Léo.

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