sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Coco Antes de Chanel (Coco Avant Chanel), de Anne Fontaine (França, 2009)


Um novo tipo de cinebiografia

Na minha visão, cinebiografias são filmes perigosos. Não bastando o poder – inconsciente, para alguns – da própria imagem, as biografias tendem a idealizar o biografado, que, via de regra, tem um poder de superação sobre-humano. Pois bem, o caso de Coco Antes de Chanel não é bem esse. O filme retrata uma mulher (quase) “absurda” – e aqui lembrando Camus. Não o é totalmente porque lhe falta paixão. E essa falta de paixão perpassa por todos os domínios da vida da mesma, inclusive o da moda, e, aliás, é assustador que alguém seja tão desapaixonada na época mais idealista da vida, a juventude. O filme me passou a impressão de que Chanel só fez moda porque foi o que lhe restou, tanto é que preferia cantar. Alguém poderia me retorquir, afirmando que ela se apaixonou pelo (nem tão) nobre cavalheiro inglês. Eu responderia que não foi uma paixão que convenceu. Mas, eis o problema: Chanel não era nada carismática e a atriz que a interpreta, Audrey Tautou, é uma figura que varia entre a “sem graça” [(O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)] e a “gracinha” [(O Código Da Vinci (2006)]. O filme tem o mérito, portanto, de fugir do lugar comum. E isso não significa que foi bem sucedido.

Cotação: *** (3/5)


Léo.

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